Segundo análise do UBS-BB, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevará a Selic em 100 pontos-base (pb) nas reuniões de março e maio, fazendo com que a taxa alcance 15,25% ao ano. Tal patamar, segundo a casa, deve se manter até o final de 2025.

A projeção sobre a Selic foi apresentada em relatório que analisou a variação de 0,16% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, resultado que ficou abaixo da estimativa de 0,20% do próprio UBS-BB.

De acordo com os economistas Rodrigo Martins, Alexandre de Azara e Fabio Ramos, a principal diferença em relação à previsão ocorreu no grupo de alimentos.

"Dentro do grupo, 40% foi devido a alimentos frescos e 60% foi devido a carne, que está desacelerando após um aumento de preço de 20% no quarto trimestre de 2024", explicam.

Além disso, o desconto pontual na conta de energia contribuiu fortemente para o recuo no IPCA de janeiro. "Não fosse por esse fator, o headline teria sido em torno de 0,7% mês a mês", dizem os analistas,

Por outro lado, os preços administrados surpreenderam para cima, mas não compensaram a queda observada no setor de alimentos.

Embora o índice cheio tenha sido modesto, os núcleos da inflação mostram sinais de aceleração, reflexo do impacto tardio da desvalorização do real, segundo o UBS BB.

A instituição projeta uma alta de 1,3% no IPCA de fevereiro, impulsionada pela recomposição das tarifas de eletricidade, pelo aumento do imposto estadual sobre a gasolina e pelos reajustes sazonais do setor de educação. Para o fechamento de 2025, a inflação esperada é de 5%.